quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

"O Cravo brigou com a Rosa debaixo de uma sacada. O Cravo saiu ferido e a Rosa, despedaçada..."

Lembro-me bem do dia em que encenei essa música, aos quatro anos de idade, vestida de Rosa, em uma apresentação da escola. Eu estava terrivelmente envergonhada, mas juntei minhas forças e fui lá me apresentar. Estava tudo correndo bem, até a parte final, quando eu deveria chorar porque o Cravo morre. No entanto, na minha cabeça, aquilo era ridiculamente engraçado. A forma como o menino morreu foi tão sem noção que eu, ingenuamente, não consegui segurar as risadas. E comecei a rir, rir sem parar. O garoto abriu um dos olhos confuso. No entanto, logo levantou-se para começar a rir comigo. Quando eu percebi, estavam todos os presentes rindo. Porém, ao invés de me sentir envergonhada, como eu provavelmente me sentiria hoje, apenas me juntei ao garoto, e fiz uma reverência de agradecimento. Todos aplaudiram. E a pequena garota, acabava de transformar uma apresentação simples, bonitinha e monótona em comédia. Foi nesse dia que eu descobri que queria ser atriz...

Depois eu cresci, e descobri que além de não ter talento algum para atuar, eu sou um tanto quanto mentirosa também.

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