sexta-feira, 29 de outubro de 2010

“Na minha época os adolescentes não eram assim”.

Aham Claúdia, senta lá.

Assim como? Estúpidos? Coloridos? Viciados em Internet? Abertos? Drogados? Bêbados?

Bom, se a opção é Estúpidos e/ou Drogados e/ou Bêbados, eu lhe pergunto: em que mundo você vivia? Os adolescentes não estão ficando mais burros por culpa da televisão ou da internet, sempre houve os babacas. Aqueles bestinhas sem nada na cabeça. Sempre! Talvez o que haja agora seja um interesse menor pelo estudo, por ter uma opção maior de lazer. Porém os adolescentes são – de uma forma geral, no entanto não todos – um tanto quanto estúpidos. É da própria fase. Queremos testar limites e fazemos besteiras. Portanto se você acha que não viu adolescentes estúpidos na sua adolescência: 1) Você é um alien . 2) Você era dos mais babacas e ainda não sacou isso. Drogados e Bêbados: sem comentários.

Agora, se a opção é Viciados em Internet e/ou Abertos, concordo com você. Não havia Internet na sua época, provavelmente. Consequência disso é que vocês tinham menos acesso a certas informações que nós temos, portanto eram mais conservadores.

Por último, se a opção é Coloridos, meu bem, você não viveu ainda então. Os Hippies, os anos 80... mais coloridos impossível! Além disso, se você era um Hippie, se você gostava de Beatles na sua época inicial, de Madonna, entre outros... Você não pode dizer “Na minha época não era assim”. Porque era. Dos primeiros hits dos Beatles, diga-me um que fale algo interessante... Não tem. O que aconteceu foi que eles cresceram e amadureceram. E aí sim viraram o que eles representam hoje. Os Hippies, olhando hoje, podiam ser algo bonitinho com todas aquelas roupas fofas e aquela ideia de mudar tudo. E se não fossem eles, talvez nós ainda vivêssemos em uma sociedade extremamente conservadora. Mas eu duvido que todos eles tivessem muitas coisas na cabeça além de drogas e utopias.

Nenhum de nós pode dizer que os Coloridos não são nada. Eles lançaram uma nova moda. Eles podem crescer e lançarem músicas que passem alguma mensagem. Ou não. A Madonna continua fazendo músicas que só passam a mensagem de “Vamos dançar, uhul!”. Mas ninguém fala mal dela, não é mesmo?

sábado, 9 de outubro de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Os brasileiros têm memória seletiva. Muitas pessoas dizem que nos esquecemos de tudo, cheguei à conclusão de que nos esquecemos apenas dos brasileiros que nos fazem mal, não dos gringos. Somos extremamente receptivos e calorosos com os famosos que vêm de fora, entretanto, se algum deles pisa no nosso calo, defendemos esse país (geralmente com xingamentos de baixo nível no Twitter) como se essa fosse a coisa mais importante de nossas vidas. E mesmo que possamos perdoar, a ferida fica lá, sempre relembrando o que aquele “estrangeiro metido a besta” falou da nossa “Pátria amada, idolatrada, salve, salve”. Claro que depois de uns pedidos de desculpas tudo passa, afinal, chegamos a idiota conclusão de que estrangeiros são melhores, ainda mais os famosos. Maldita desvalorização da cultura nacional!

Pensando nisso, eu me pergunto: Não seria ótimo se tivéssemos a mesma garra e o mesmo amor pelo Brasil quando os políticos nos fazem de bobos? É, mas parece que temos um remédio muito eficaz para esse tipo de ferida e ela cura bem rapidinho, sem deixar cicatrizes. A questão aqui não se trata de perdoar. Nós não os perdoamos, apenas... “esquecemos” e os elegemos novamente. Então eles roubam absurdamente até que haja um novo escândalo, ficamos p*tos da vida e passado algum tempo, os elegemos novamente. E eles roubam absurdamente até que haja um novo escândalo, ficamos p*tos da vida e passado algum tempo, os elegemos novamente. E então eles roub... Isso não vai acabar? Círculo vicioso. Até que alguém diga: “BASTA! Cansei de me enganarem! Eu amo o meu país e não vou deixar vocês fazerem isso com ele!”. Ou até que o político corrupto em questão venha a falecer. Mas aí aparece outro e nos rouba de novo... Enfim. Não vai acabar se não decidirmos isso.

Queria que nós brasileiros transferíssemos essa raiva de quem fala mal do nosso paraíso tropical, para quem faz mal a ele. Talvez assim, a coisa não desandasse tanto. Deixemos o Robin Williams, 50 Cent, Taylor Lautner e todos os outros que falaram mal de nós de lado. Afinal não são eles que estão no controle do nosso país.