sábado, 19 de junho de 2010

"É a ignorança que astravanca o pogresso"

Dois mil e dez. Copa do Mundo. Primeira vez sediada em um país do Continente Africano. Primeira vez que eu realmente assistiria aos jogos do Brasil e primeira vez que eu realmente torceria pelo Brasil. Brasil x Coreia do Norte.

Um bar bonitinho, todo verde-amarelo, posicionado em um calçadão sem muito movimento. Sentamo-nos. Parecia bem legal. Parecia. Algumas pessoas começaram a chegar. Barulhentas. Mas tudo bem, estavam felizes. Outras pessoas se incomodaram. E eles fizeram mais barulho ainda. Eles fumavam. Mas tudo bem, pessoas da minha família fumam, estou acostumada. Outras pessoas se incomodaram. E eles praticamente jogaram a fumaça no rosto dessas pessoas. Eles comemoravam os gols derrubando as cadeiras e empurrando todos. Mas tudo bem, brigar é que não vou. Outras pessoas se incomodaram. A comemoração só se tornou pior.

Quando um menino, amigo de um amigo, comemorou ironicamente o gol da Coreia do Norte, aqueles barulhentos se irritaram. E se irritaram mesmo! Uma delas colocou o dedo na cara do menino e repetiu várias vezes com seus amigos, fazendo questão que o garoto ouvisse: “Ahh, só podia ser flamenguista!”

Ok, flamenguista, eu não sou, portanto, esse texto não se trata de uma defesa ao Flamengo. Mas sim, de debater um acontecimento que foi, no mínimo, bizarro. A atitude dessa “senhora”, foi a típica atitude de uma criança ou adolescente. Coisas que se faz quando não se pensa muito. Porém, eu sou uma adolescente. Tenho dezesseis anos. E acho o que essa moça fez, absolutamente ridículo. Ou seja, eu, que teria “justificativa” para tal ato, acho idiota. Ela, que deve ter uns quarenta anos, não mostrou nenhum sinal de arrependimento após aquilo.

Impressionei-me também ao me dar conta de que ela estava alterada assim por culpa de um jogo de futebol. E um jogo de futebol do Brasil! Com certeza ela não dá a menor bola para o nosso país durante todos os outros anos. Provavelmente fala muito mal, não toma nenhuma atitude para mudar e quando chega a Copa finge um patriotismo inexistente dentro dela. Só porque é conveniente torcer pela “melhor seleção do mundo”. Afinal, todos nós, brasileiros, temos o costume de fazer isso.

Agora, irritar-se, fingindo um sentimento que só existe de quatro em quatro anos, porque um adolescente fez uma comemoração irônica pela outra equipe, é uma das atitudes mais deprimentes que já vi. Incomoda ver, ao vivo, a ignorância de que tanto ouvi falar.